SENTINDO...

Olho-te!
... observo
cada gesto,
cada traço,
cada sorriso... TEU.


Oiço-te!
... assumo
cada frase,
cada palavra,
cada sussurro... TEU.


Cheiro-te!
... absorvo
cada fragância,
cada aroma,
cada odor... TEU.


Toco-te!
... sinto
cada carícia,
cada abraço,
cada beijo... TEU.


Saboreio-te!
... disfruto
cada recanto,
cada essência,
cada contorno... TEU.

PERDIDAMENTE...

Troca de olhares,
sorrisos disfarçados,
troca de palavras simples,
batimentos acelerados,
mãos frias,
tremores,
vontade em ficar,
angústia em partir,
ansiedade em reencontrar...
em repetir.


Fixos olhares,
sorrisos constantes,
troca de frases,
batimentos intensos,
mãos mornas,
arrepios,
vontade em ficar,
angústia em partir,
ansiedade em voltar...
em repetir.


Cúmplices olhares,
sorrisos marotos,
frases intencionais,
batimentos descompassados,
mãos quentes,
calafrios,
vontade em ficar,
angústia em partir,
ansiedade em voltar...
em repetir.


Ontem...
Hoje...
Amanhã...
Sempre...


Em repetir,
ansiedade em voltar,
angústia em partir,
vontade em ficar.
Calafrios,
arrepios,
tremores,
mãos quentes,
mornas,
frias,
batimentos descompassados,
intensos,
acelerados.
Frases intencionais,
troca de frases,
palavras simples,
sorrisos marotos,
constantes,
disfarçados.
Cúmplices olhares,
fixos olhares,
troca de olhares...


EU... TU
TU... EU

Perdidamente... AMANDO!

QUATRO VIDAS...

Por um mesmo caminho UNIDAS...
tão diferentes nos seus
desejos,
sonhos,
ambições,
angústias,
ansiedades,
descobrem o verdadeiro prazer da vida.
Trocas baldrocas!
Afirmações, negações!
Alegrias, tristezas!
Comentários, conselhos!
Amores, desamores!
Aventuras, desventuras!
Risos e gargalhadas!
Percorrem os mesmos quilómetros...
Observam as mesmas paisagens...
Absorvem os mesmos odores naturais...
Falam das mesmas coisas...
Mas sentir...
Sentir intensamente...
Viver...
Viver apaixonadamente...
Amar...
Amar perdidamente...
Construir...
Construir conjuntamente...
são momentos que crescem...
se desenvolvem...
se aconchegam...
separadamente...
em QUATRO VIDAS!

Por um mesmo caminho, UNIDAS...!

Mais um dia!!!!

Acordei com o som do pássaro,
amigo da minha janela,
anunciando que mais um dia estava a iniciar.
Senti-me feliz!
Repleta de energia...
Pronta para enfrentar mais uma peça teatral,
promovida pela sociedade.
Quem seria eu hoje?
Que papel me estaria destinado a representar?
Independentemente, de tudo e de todos,
serei sempre eu.

Mais Julieta,
Joana d'Arc,
Maria Antonienta,
Primeira Dama,
Robin dos Bosques,
Madre Teresa,
Florbela Espanca,
Einstein,
...
menos Romeu
Serei sempre eu!

Com sorriso,
mais entristecida,
carinhosa ou explosiva,
sincera,
romântica,
tempestuosa,
indiferente,
ouvinte ou confidente
...
Serei sempre eu!

Mãe ou professora,
psicóloga,
exploradora,
bancária,
interprete,
piloto,
cozinheira
...
Serei sempre eu!

Serei sempre eu,
independentemente de tudo e de todos.
Repleta de energia.
Pronta para mais um dia,
acabado de nascer,
anunciado pelo pássaro amigo da minha janela.

AUGUST RUSH

Há tempos vi o filme "August Rush".

Para quem está ligado à música, como eu estou, penso ser um filme fascinante.

Pelo menos, para mim é!

A sensibilidade que é sentida e vista, em cada momento do filme, arrepia...

Cada música, composição musical, entrenha-se em nós, como uma fragância que nos rodeia e absorve todo o nosso corpo, levando-nos a percorrer os mais reconditos cantos, de nós mesmos.

Nem sempre é fácil assumirmos aquilo que um simples momento da vida nos desperta...

Somos como um iceberg maravilhoso, luminoso, capaz de deslumbrar qualquer um, com todo o nosso esplendor, mas tanto quem nos admira como nós próprios, esquecemo-nos que tal como o iceberg, temos uma base que nos sustenta... imensamente maior que aquilo que está à vista e deslumbra...

Aí sim, temos a nossa beleza, o nosso verdadeiro eu.

Mas está escondida, e nem sempre consegue vir ao de cima...

Nessa nossa amplitude estão o nosso melhor e menos bom... é aí que se escondem os nossos maiores segredos, as nossas verdadeiras ansiedades, aquilo que, por vezes, nos é incompreensível, que não conseguimos descortinar, onde se vão arrumando as nossas vivências e que de quando a quando, porque algo simples como um filme ou uma música, despertam e nos deixam preplexos, pois algo que pensavamos estar resolvido, ainda vive dentro de nós.